O derradeiro café

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É responsabilidade sua a falta de sentido em sua vida. É um dever seu procurar um meio de se manter de pé, mesmo que seja instável e inconstante. O seu desespero é a forma como a vida te esfrega as folhas do calendário na cara. É forte, é insensível, mas é sincero. É por isso talvez que pessoas busquem as ilusões e a falta de compromisso pela verdade. Para tentar escapar dos chacais e agiotas.

No final, se torna um tolo correndo em círculos, se afogando em suas dívidas, e se tornam seus piores inimigos. Os covardes! Quem paga a conta, no final, é sua memória, que sem as recordações que deveria ter tido no passado, vem cobrar com a foice na mão pela sua falta de atenção aos detalhes, pela falta de coragem para assumir os riscos de uma vida mais intensa. No final todos os covardes pagam suas dívidas, seja com uma alma despedaçada, ou uma mente rancorosa. Felizes aqueles que terminam o livro da vida em azul, ricos de memórias intensas, recordações primorosas e aquela sensação indescritível do orgasmo ligeiro. É loucura entregar enorme responsabilidade aos contadores e banqueiros. Esse tipo de riqueza se guarda debaixo do colchão, ou no final do arco íris, naquele pote de ouro dos contos de fadas. Ah eu quero isso pra mim, como eu quero. Quero chegar no final da vida, e rir da moça de preto, com sarcasmo, me oferecer pra amolar o fio de sua foice gasta, e depois tomarmos o derradeiro café. Até lá moça, eu quero flertar com o veneno que você coloca no meu copo, mas só por sadismo, eu nunca vou beber!Vou te dar um bolo na hora do encontro! Porque é assim que eu quero viver, e é assim que vai ser, até o vermelho virar azul, e meu espírito inquieto encontrar um pouco de plenitude nesse caos que é a vida.

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